
Eles pularam dos andares em chamas –
um, dois, mais alguns,
acima, abaixo.
A fotografia deteve-os na vida,
e agora os mantém
sobre a terra rumo à terra.
Cada qual permanece inteiro,
com um rosto próprio
e sangue bem guardado.
Há tempo o bastante
para cabelos voarem soltos,
para chaves e moedas
caírem dos bolsos.
Eles permanecem sob o toque do ar,
ao alcance dos lugares
que acabaram de se abrir.
Eu só posso fazer duas coisas por eles –
descrever este voo
e não acrescentar a última frase.
Fotografia do 11 de setembro, poema de Wislawa Szymborska
Fotografia de Richard Drew (Associated Press)
Sobre a poeta: http://www.algumapoesia.com.br/poesia3/poesianet265.htm
Sobre a fotografia e o documentário: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Falling_Man
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